[BPF] Rede MPLS Unified

Leonardo Furtado leofurtadonyc em gmail.com
Sexta Abril 5 13:17:59 -03 2019


Olá Welisson,

 

Na verdade, não. São conceitos/abordagens completamente distintas mas que são bastante compatíveis no sentido de poderem coexistir perfeitamente em um projeto. O que é até recomendável. Tentarei sintetizar as coisas conforme:

 

BGP-Free Core

É uma iniciativa ou abordagem que visa simplificar o BGP dentro do AS através da eliminação completa ou parcial (ex: não rodar o IPv4 ou IPv6 unicast, mas rodar outras famílias de endereços tais como L2VPN/L3VPN) do protocolo BGP nos roteadores de core (P-routers). As principais vantagens desta abordagem incluem a simplificação do projeto técnico relacionado ao BGP (menos peers, menos sessões, menor complexidade operacional consequentemente; menos configurações, menos componentes lógicos para suportar, etc.) além de permitir a acomodação de equipamentos P-routers economicamente (bem) mais atraentes para as funções de core. Por exemplo, um Cisco ASR 920 ou NCS 540 ou 5500 ou 55A2; ou um Juniper QFX, ou um Huawei S6720 são muito mais baratos que um ASR 9000 ou ASR 1000, ou um MX ou um NE, etc. Você dedica o equipamento “P” para a funções de Core apenas, rodando o IGP + label switching + QoS + coisas óbvias neste sentido. Ou seja, você poderia até rodar o BGP mas não para full routes nestas classes de equipamentos, e fazendo isto mais frequentemente para acomodar outras famílias de endereços. Esta é a pegada do BGP Free Core. 

 

Unified MPLS

Resumidamente aqui: é uma solução para escalar o IGP e o MPLS no AS, e não uma solução para escalar o BGP em si. Embora, controversamente, o BGP vá beneficiar-se disto também, pois o BGP numa rede moderna depende exclusivamente do IGP e dos LSP. Imagine uma operadora muito grande que já adota um conceito de backbone isento de BGP (ou seja, P-routers são routers de Core apenas, sem rodar o BGP), mas que, ao mesmo tempo, o domínio IGP do AS é muito amplo (diâmetro) e denso (muitas áreas, roteadores, links internos e adjacências, mesmo). Nestas proporções, isto precisa ser otimizado, e esta é justamente a proposta do MPLS unificado. De que adianta você ter um belo projeto com o BGP estrategicamente distribuído no AS e sem rodá-lo no Core, mas, ao mesmo tempo, ter problemas de escalabilidade no OSPF?

 

Ao longo da carreira eu tenho visto redes bem grandes já contando com todo o tipo de iniciativa de otimização do IGP, tais como projeto adequado de áreas, sumarização e outros mecanismos. Na parte do MPLS, por exemplo, muitos operadores procurando, na medida do possível, gerar e distribuir labels apenas referentes à faixa /32 que endereça as loopbacks dos roteadores do AS (isto faz mais sentido em mais de 90% dos projetos), etc. Mas para tudo há um limite. Novamente, mesmo que você seja muito eficiente nestas iniciativas e abordagens tradicionais, haverá sempre um limite (ex: rotas IGP na RIB; limitações no espaço de labels da LIB, etc.). E o MPLS unificado tem como proposta estender este limite muito drasticamente, destravando o crescimento da rede e fornecendo alta escala para o plano de controle da rede.

 

Abs

 

Leonardo Furtado

 

From: bpf <bpf-bounces em listas.brasilpeeringforum.org> on behalf of Welisson Tome <welissontome em gmail.com>
Date: Friday, 5 April 2019 12:11
To: <bpf em listas.brasilpeeringforum.org>
Subject: [BPF] Rede MPLS Unified

 

Bom tarde a todos.

 

Primeiramente gostaria de parabenizar pelo vídeo explicativo e o modo de se "fatiar" a topologia, muito interessante.

Pelo que pude perceber seria um outro jeito de se fazer um "bgp free-core", porém com domínios "enxuto" para a troca de lsp's?

 

Welisson 

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